domingo, 8 de setembro de 2013

CRÔNICA TEMPOS ANTIGOS

.... a cidade era pequena, pouco movimento, ora e outra um cavaleiro passava, carroças e carro de boi era comum  ser encontrada nas ruas de terra batida, os moradores da cidade pouco saiam de casa, as mulheres não tinha o hábito de sair, só quando ia ao cemitério ascender uma vela para algum parente , que por ventura havia sonhado a noite, e como a maioria era supersticioso, iam mais que depressa ao cemitério ou alguma cruz a beira da estrada rezar uma Ave Maria, naqueles tempos não havia igrejas Protestante, então todo mundo era católico, praticante, e as missas eram realizadas as domingos as 8 horas da manhã, e o padre ficava por uma hora andando de lá para cá , meditando na homilia que faria, com certeza para puxar a orelha de algum devoto por algum pecado que havia feito, denunciado pela zeladora da igreja, a vida  naquela pacata cidade transcorria sem nenhuma novidade,exceto por alguma boiada que estourava na entrada da ponte de madeira, uma ponte velha,
e a boiada desembestada se dividia pelas 4 ruas da cidade e os boiadeiros desesperado tocando o berrante tentando juntar a boiada de novo, e só via as mulheres correndo juntando as crianças e correndo para tirar as roupas do varal a tempo de não  serem levadas pelos bois, isso era muito comum na cidade, pois só tinha 4 ruas na entrada da cidade, então a farra dos bois percorria a cidade inteira, assunto para uma semana de discussão, uns acusavam o prefeito que não  fazia um ponte, outros os boiadeiros que não tinha competência e por aí afora o assunto ia se esvaindo, outra noticia que dava o que falar , algum morador que argumentava de pés juntos que havia visto uma velha que descia na rua do cemitério e quando chegava na pequena praça desaparecia, e por dias todos ficavam assustados, ou aos domingos quando o comercio ficava aberto para atender os lavradores das roças que vinha na missa e aproveitava para passar no Armazém do Mané Gomes ou tomar umas pingas no Bar do Lazinho e as crianças  quando vinham gostava de tomar uns sorvetes pequeninhos no bar do Zé Varela, assim era aquela cidade, a tarde quando o dia estava muito quente todo os homens enquanto bebiam, conversavam sobre todos os assuntos da região, enquanto outros mais acalorados acabavam presos em uma cadeia de madeira por conta de uma briga feroz com algum desafeto, a cadeia na verdade era de madeira sem cela, era um quartinho com uma porta velha, e o soldado o deixava ali até passar a bebedeira e no dia seguinte a mulher montada em um cavalo aparecia com um frango  bem gordo, e ia até a cadeia, e pela fresta da  parede de tabua conversava com o marido , garantindo que já o soltava , pois havia trazido um frango muito bom que daria ao soldado em troca da soltura dele, e dando a volta pela porta , entrou na sala da cadeia e disse com muito bons modos que o marido era trabalhador que tinha uma duzia de filhos para tratar e que trouxe um frango para ele e a família comer e que ele soltasse o preso, o soldado que não tinha mesmo a intenção de manter  preso,  uma vez tendo ele ali na cadeia ele teria que ficar vigiando, e já tinha combinado de ir pescar, aceitou de bom grado o presente , libertou o homem e ambos felizes foram para casa....
    Muita prosa ainda dos tempos antigos!
    AGUARDEM !
    

Um comentário:

  1. Esses fatos antigos ocorreram quando eu era menina, infância muito divertida, sem muitos livros e bonecas, mas diversão era o que não faltava.
    Essas histórias que a muito anos venho escrevendo sem publicar, agora com a Dona Net, tudo é possivel.
    Muito obrigada por compartilhar dos momentos felizes que vivi, ouvi ou participei da vida da minha linda cidade.

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Obrigada pela sua visita e comentário.
Grande beijo!
Maria Antonia@