Nosso Amigo Sr Vani
03/09/2013 08:14
... estava entusiasmada, Sr Vani e Dona Célia estavam morando novamente aqui no sitio vizinho, haviam se mudado de uma outra fazenda e foi ser caseiro em Assis, e mal podíamos visitá-los , era meio fora de mão, mas agora estavam de volta, eu os tinha como irmãos, e as festas juninas que faziam eram muito boa, e todos gostavam de participar, era devoção da Dona Célia, e ansiávamos pela festa, mas neste ano foi diferente, Sr Vani adoeceu, quando o vi quase não o reconheci, estava com o rosto amarelo estranho, como se estivesse com a saúde muito abalada, fiquei observando os olhos , sua pele, e enquanto conversávamos na estrada, ele na sua charrete, com uma camisa branca muito bem passada, ele era bem vaidoso e dona Célia sabia cuidar dele como ninguém, era um homem com setenta e quatro anos, mas conservava uma beleza antiga, tinha um rosto quadrado, peculiar de europeu, traços bem feito, devia ter sido muito bonito quando jovem, porque ainda era um homem bonito, mas aquela pele amarelo forte , deixou-me incomodada, conversamos bastante, e nos despedimos e seguiu para a cidade e nós para o sitio, quando entramos comentei com meu marido, que não havia gostado da cor da pele do nosso amigo. Fiquei pensativa todo o dia e a noite decidi que iríamos visitá-lo no dia seguinte.A tarde seguimos pela estradinha estreita com plantações de mandioca por ambos os lados e na curva da estrada já começava o milharal, agora por conta de inúmeras geadas estava seco , acho que o prejuízo este ano como milho foi grande, o caminho era estreito e fomos bem devagar, logo avistamos a casa e roupas coloridas balançavam alegremente no varal, indicando que estavam secas, prontas para serem recolhidas, admirei a beleza da casa, ficava numa baixada, bem próxima do ribeirão, tinha um pastinho para umas vacas de leite e a galinhada ciscava ansiosa por uma semente e quem sabe até por uma minhoca , coisa rara, pois a muito tempo não chovia e as minhocas não aparece com tempo seco, mais adiante o barracão onde eram guardadas os tratores, avistei sua charrete, e o cavalo pastava tranquilamente no pasto, olhando a paisagem quase esqueci do motivo da visita, estacionamos ao lado da casa e a cachorrada toda animada veio nos receber, e o Irineu desceu apressado para espantá-los para que não fizesse xixi nos pneus , trabalho inútil ! rss, o papagaio no poleiro fazia uma algazarra tamanha que não conseguíamos conversar imitando a minha voz e minhas risadas, tentei pega-lo , mas tudo o que ganhei foi uma bicada tão dolorida que desisti de brincar com ele, e duas maritacas queriam participar da brincadeira e sem graça espantei-as com um cho!!!, e levantaram vôo para uma laranjeira próxima nos observando curiosas.
Dona Célia veio nos receber com um sorriso maravilhoso, uma vez que sorria plenamente, com os olhos e até se iluminava tamanha a satisfação em receber visitas, gente muito acolhedora... na varanda da cozinha apareceu Sr Vani, também sorridente e nos acolheram e convidaram para entrar, costume na região as pessoas são recebidas na varanda onde ali se serve um bom café, que Dona Célia colhe ali mesmo no quintal, torra e mói, coisa rara hoje em dia, o café de tão boa qualidade que levanta até defunto .
Sr Vani depois dos cumprimentos iniciais saiu com o Irineu para ver os porcos e os leitões, esse tipo de visita ao chiqueiro não me agrada muito, por conta dos bichos de pé... preferi ficar conversando com minha amiga e perguntei de pronto como estava Sr Vani, e respondeu que estava fazendo exames médicos e não estava nada bem, terminamos a visita e fomos acompanhando o dias.
Era mês de junho e a festa foi marcada para o dia de São João e estávamos todos lá, vizinhos amigos, pessoas da cidade, mas Sr Vani já estava acamado, sua doença progrediu muito, desde final de abril quando o vi com aquele aspecto, hoje estava deitado no sofá da sala e quase não agüentava mais se levantar, o terço foi marcado para as 18 horas, e ele a muito custo conseguiu ir até o barracão onde estavam todas as pessoas, mas foi e assim que terminou voltou para o sofá, depois dos bolos , doces variados quentão, sucos etc. todos nos despedimos com o coração partido.
A doença mudou completamente a vida da família e dos amigos, Chiquinho Pelegrini, sitiante vizinho mais próximo deixava seus afazeres matinal, para tratar dos porcos e tirar leite das vacas, foi muito prestativo para família e o mês de julho a cada dia que passava estava mais magro e abatido, o mês de agosto chegou com péssimas notícias seria operado em Barretos, coisa que nem aconteceu, voltou e dois dias depois faleceu, deixando uma saudades em todos os que o conheceram, pelo seu valor laborativo ,honestidade, homem correto.
SAUDADES ETERNA DOS SEUS FAMILIARES E AMIGOS
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E assim vamos sentindo este gosto de ter vizinhos amigos, fazer visitas na hora da alegria e da dor.
ResponderExcluirMuito bom segui este cuidado tão amoroso para com todos, que você tem demonstrado
Isso me faz lembrar da gentileza.
Como é saudável ter o contato gentil!
Abençoada seja por Deus!
Muito obrigada Sueli Ferruzzi, mas tenho poucos amigos, mas quando os tenho,eu os amo de verdade,com meu coração.
ExcluirE sempre vou postar as minhas atividades diárias, minha vida social é pouca, mas vale a pena vive-la, podia ter escolhido viver nna capittal, porém escolhi uma vida simples que acrescenta muito na minhha vida espiritual. Que é o que mais importa. Abraços Afetuosos.