A história de um pudim

A  HISTÓRIA  DO  PUDIM  DE  LEITE


    ... o ano de 1972, acabava de se iniciar, mas a tristeza era reconhecida no semblante de  Maria,
seu  pai não participava mais dos eventos natalinos, seus pais estavam separados a muito tempo e
agora casada, sem condições financeiras para ir visita-lo, a tristeza era sempre constante, e agora estava gravida do seu primeiro filho, seu casamento foi um desastre, porém nada poderia mais ser feito, teria que suportar aquele fardo para toda a vida, sem nenhuma experiência, sem orientação familiar e tampouco apoio familiar, ela caminhava a estrada da vida sem nenhuma expectativa  de ser feliz. Maria foi criada a moda antiga, sem maiores sonhos, tudo o que desejava para ela era um casamento e alguem que a sustentasse e lhe desse um nome, que mais tarde viria a descobrir que não tinha sobrenome de família, mas isso hoje não era importante porque nem sabia disso ainda, a gravidez avançava e no quarto mês foi visitar a família que morava distante, o bairro que morava ficava a uma 2 horas de distância, com todas as dificuldades da época, alguns onibús, e mais uma boa caminhada , chegou muita cansada, não fazia o pré natal, pois não achava que fosse necessário, uma vez que as mulheres de sua família não tinha este hábito, nem tampouco foi aconselhada a isso.
    Quando tocou a campainha da casa da mãe seu irmão veio espiar para ver quem era, a muito custo abriram a porta, e Maria percebeu que não era bem vinda, era sábado e seus irmãos estavam esperando visitas e haviam se preparado para isso, havia pratos deliciosos na geladeira e um pudim maravilhoso intocado , coberto com prato fundo, e aquela visão deixou-a com agua na boca.
     A hora do almoço, todos nos reunimos a mesa e fizemos uma refeição sustanciosa, e  Maria ansiava pelo momento de comer o pudim, naquele momento não sabia ao certo se ela ou o bebe que esperava, é que estava com a vontade, mas isso não importa , o importante era comer um bom pedaço de pudim.
     A louça foi retirada da mesa, foi lavada e guardada, e a sobremesa não foi servida, então  Maria foi até sua mãe e perguntou-lhe se poderia pegar um pedaço de pudim, pois não aguentava mais de vontade, sua mãe disse-lhe que não poderia tocar no pudim pois fora a irmã mais velha que fizera para uns amigos do colegial que viriam estudar na parte da tarde e deixou bem claro que não era para mexer, e nesse momento Maria teve um abalo no coração, sentiu-se diminuída, humilhada, desprezada pela própria família,e com o coração transpassado pela dor despediu-se e foi embora,
desceu a rua até o ponto de onibús e lá sentiu-se mal pela primeira vez depois de casada, percebeu o quanto era rejeitada por sua família, mas o que fazer, era a única que tinha, sem amigos, sem nenhum estudo, casada com um homem que também só a diminuía e foi-se embora para a vida que lhe foi designada por sua mãe. que acreditava que filhas só davam problemas, que a melhor coisa a fazer era casa-la com o primeiro que aparecesse.
.... 4 meses depois a criança nascia saudavél e muito bonita , sem hospital, sem recursos, na própria casa, e Maria cuido-a como fizera suas antepassadas...

Um comentário:

Obrigada pela sua visita e comentário.
Grande beijo!
Maria Antonia@